Às vezes, ouvimos dizer que mūla bandha é a contração dos esfíncteres do ânus e da uretra. Porém, a bem da verdade, este bandha vai além de contrair esses músculos. O nome significa 'fecho da raiz'.
Mūla bandha é a técnica de elevação e ativação do assoalho pélvico. Contrai-se primeiramente a musculatura dos esfíncteres do ânus e da uretra. Depois, eleva-se verticalmente o assoalho pélvico, em direção ao plexo solar. Esta contração pode ser acompanhada pelo recolhimento dos músculos do baixo-ventre, uḍḍiyana bandha. Estimula-se assim o sistema nervoso central e o mūladhāra chakra, chakra básico.
Esta técnica é sumamente importante para manter-se a concentração e o foco na prática. Ensina a Haṭha Yoga Pradīpikā: 'Praticando-se mūla bandha, atinge-se a perfeição total. Não há dúvida sobre isto.'
Toda a área do períneo é ativada e
ligeiramente elevada com o mūla bandha
ligeiramente elevada com o mūla bandha
A aśvinī mudrā
Existe uma variação desta técnica, chamada aśvinī mudrā, que consiste em fazer sucessivas contrações da musculatura anal e uretral. Este exercício de contração rítmica fortalece a musculatura da base do tronco e é mais fácil que o mūla bandha, pelo que recomendamos o seu uso para aqueles que não tiverem ainda dominado esse exercício. Avśinī significa 'égua' em sânscrito. Como bons observadores da natureza, os yogis viram que o movimento deste bandha reproduzia aquele que as éguas fazem ao acabar de urinar. O nome provém dessa constatação.
Efeitos do mūla bandha
O mūla bandha aumenta a potência sexual e a irrigação sangüínea na região pélvica, ajuda efetivamente no controle do orgasmo, evita a dispersão da energia sexual, mantém o equilíbrio hormonal e estimula o metabolismo dos órgãos internos. O curso natural descendente do apāna vāyu é invertido, forçando-o a elevar-se em direção ao prāṇa vāyu, na região do tórax.
Por Pedro Kupfer
Por Pedro Kupfer
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